Em um cenário onde a cultura da hiperconectividade e da produtividade extrema é amplamente celebrada, muitos profissionais se encontram envolvidos em uma prática prejudicial e pouco discutida: o presenteísmo. O termo, que indica a presença física ou virtual no trabalho sem real engajamento, é uma consequência direta de uma rotina desequilibrada, com altos níveis de conexão e baixa gestão de tempo.
O presenteísmo é mais do que simplesmente “estar” no trabalho. Ele representa aquele estado onde, mesmo fisicamente presente, o profissional está mentalmente distante. O excesso de conexão, em que notificações, e-mails e mensagens consomem nossa atenção, favorece esse comportamento. Em um esforço de estar sempre “on”, muitos acabam presentes, mas desconectados da verdadeira produtividade e criatividade que poderiam entregar.
O impacto do presenteísmo é profundo e atinge tanto o bem-estar individual quanto a saúde organizacional:
- Queda na Produtividade: A falta de engajamento compromete a qualidade do trabalho. Tarefas que exigiriam foco e concentração são realizadas no “piloto automático”, afetando os resultados e, frequentemente, gerando retrabalho.
- Baixa Qualidade de Vida: O profissional que não desliga nunca tende a ter um declínio na qualidade de vida. A conexão contínua impede o descanso real e o distanciamento necessário para recarregar as energias. Ao final do dia, a sensação de cansaço e insatisfação aumenta, comprometendo o bem-estar.
- Desgaste Emocional: Estar “presente” sem estar realmente envolvido resulta em frustração e estresse. O profissional sente que está constantemente trabalhando, mas sem perceber evolução, o que pode gerar esgotamento mental e até mesmo crises de ansiedade e burnout.
- Perda de Oportunidades de Desenvolvimento: Quando se trabalha apenas no “modo automático”, perde-se a chance de aprender e se desenvolver. O presenteísmo dificulta a criatividade, a resolução de problemas e o desenvolvimento de habilidades, elementos essenciais para o crescimento na carreira.
Para evitar cair na armadilha do presenteísmo, é essencial adotar práticas de gestão de tempo e conexão que promovam um equilíbrio saudável:
- Estabeleça Limites para a Conexão: Defina horários específicos para checar e-mails e mensagens, evitando a tentação de responder a tudo instantaneamente. Essa prática ajuda a manter o foco nas tarefas importantes.
- Priorize Tarefas e Defina Metas: Organize seu tempo de acordo com prioridades, estabelecendo metas claras para o dia. Ao focar no que realmente importa, o profissional consegue se desconectar sem a sensação de culpa ou de tarefas inacabadas.
- Crie Espaços de Desconexão: Reserve momentos ao longo do dia para pausas, sem qualquer tipo de conexão digital. Esse tempo de descanso é vital para recarregar a mente e retornar ao trabalho com mais energia e foco.
- Invista em Autoconhecimento e Autogestão: Identificar sinais de esgotamento e repensar a forma como se relaciona com o trabalho e com a tecnologia é essencial. Autoconhecimento ajuda a identificar padrões prejudiciais, enquanto a autogestão permite adotar medidas para uma rotina mais equilibrada.
O presenteísmo é um reflexo do desequilíbrio entre estar conectado e estar realmente produtivo e engajado. Em uma era de demandas constantes e tecnologia omnipresente, o desafio é aprender a gerenciar o tempo e as conexões de maneira consciente, preservando a qualidade de vida e promovendo o desenvolvimento profissional.
A Escola Catalise! acredita na importância do equilíbrio entre produtividade e bem-estar, incentivando práticas que favoreçam a presença plena e a gestão inteligente do tempo. Afinal, estar presente é mais do que apenas estar conectado; é estar realmente envolvido e comprometido com o próprio desenvolvimento e com a qualidade do trabalho.